Talvez a cirurgia com o resultado mais satisfatório em joelho hoje seja a prótese, porque um determinado dia entra no consultório um idoso com a perna torta, quase se arrastando para se locomover e algum tempo depois vem com a perna alinhada e sem dor ou com mínimo desconforto. São recuperados os direitos de ir e vir, de passear, de viajar, de ir ao baile, andar na rua do comércio, ir à padaria e outras atividades triviais que o indivíduo estava condenado a não mais exercer pela incapacidade que tinha. Sendo assim, porque os cirurgiões adiam a decisão de operar o máximo possível? Primeiro por que se deve evitar cirurgia até que não mais haja alternativa (trata-se de um procedimento grande com riscos inerentes) e segundo porque se espera que o indivíduo seja o mais idoso possível para evitar a revisão da prótese, que é a necessidade da sua troca. Isso porque essa segunda cirurgia é tecnicamente bem mais difícil, o resultado menos satisfatório e as possíveis complicações maiores. O que faz uma prótese durar menos? Excluindo-se as infecções, fundamentalmente são dificuldades de colocação da mesma ou mau uso pelo paciente. O que faz ela durar mais? As mesmas coisas que fazem seu pneu do carro durar mais. Usar o freio com moderação e o alinhamento e balanceamento do pneu. Pois é, quanto mais alinhada estiver a perna, considera-se melhor. O balanceamento é a tensão entre os ligamentos mediais e laterais em flexão e extensão e quanto mais simétricos estiverem, melhor é a distribuição de peso na superfície da prótese e mais ela pode durar. Também é importante que o paciente use com moderação, evitando sobrecargas na prótese (analogia ao uso do freio). Em 2008 fomos pioneiros na região na técnica de navegação em cirurgia de prótese de joelho. Funciona como usar o GPS para dirigir. São colocados sensores nos ossos longos e com um computador ao lado da mesa cirúrgica é feita uma imagem virtual do joelho e ali nós planejamos a cirurgia e checamos aquilo que deve ser feito. Assim esperamos tornar mais precisos o alinhamento e o balanceamento da prótese e também que ela dure bastante.
Nota: este artigo destina-se a informação sobre uma forma de tratamento da doença e os possíveis caminhos da medicina. Ele não deve ser interpretado como superioridade nem exclusividade técnica nem como promessa ou garantia de resultados. Em hipótese alguma substitui a orientação do ortopedista de sua confiança.
Dr. Alexandre Pagotto Pacheco